Como surgiu a dança

Como surgiu a dança
Imagem: edfdanca.blogspot.com

A Dança como arte que usa o corpo humano numa sequência de movimentos rítmicos surgiu há muito tempo, mesmo nos primórdios da existência do ser humano, e com o tempo e a influência de diversas culturas, foi se modificando. Ela possui uma harmonia própria e pode ou não depender de uma música, mesmo que esta seja apenas a frequência rítmica da batida dos pés, estalar dos dedos ou bater das mãos.

Seja em rituais, demonstrações teatrais ou comemorações festivas, a dança sempre esteve presente na história do homem e por isso, vale a pena dedicarmos um artigo só para falar sobre como surgiu a dança, quais foram os seus usos e características durante a história.

A dança no princípio da história

O surgimento da dança se deu há muito tempo, ainda na Pré-História. Foi possível saber disso por meio das pinturas e rabiscos que o homem pré-histórico deixava nas cavernas, o intuito da dança nesta época, por sua vez, fica por nossa especulação. Isso foi há mais ou menos 15.000 anos antes de cristo.

Acredita-se que o homem pré-histórico dançava por diversos motivos, um deles talvez tenha sido pelo fato de descobrirem que era possível criar um ritmo com o seu corpo, e com ele mesmo insinuar a dança. Por isso, podemos dizer que a dança e a música possuem uma profunda ligação, mesmo que uma não dependa da outra pra existir.

Avançando um pouco mais no tempo mas sem sair deste aparato, vamos parar no Egito no ano de 2.000 antes de cristo. Pode-se dizer, com base em estudos de egiptólogos - porque uma sociedade como esta merecia uma vertente entre os historiadores só para estudá-la - indícios de que a dança ganhava novas formas, ritmos e funções. Foi lá, no meio do deserto, que surgiram as danças da chuva. Essa dança tinha como intuito tentar reproduzir a chuva através de movimentos e batidas de pé, por isso, exigia um grande número de pessoas na sua apresentação. Elas dançavam, sapateavam e circulavam uma pessoa, geralmente o "xamã", tentando assim se tornar a chuva, para que ela possa se sentir atraída.

A dança da chuva é conhecida, não só no Egito, mas de muitos outros locais e de muitas outras tribos. Na América Central, índios de uma tribo da qual eu não recordo o nome, realizavam uma dança parecida quando os animais bovinos decidiam migrar. Vestidos com ossos, couros e carcaças destes animais, eles dançavam por cerca de 15 dias seguidos para atrair estes animais novamente.

Neste mesmo período, a dança também começou a ser utilizada com princípios religiosos.

Imagem: oridesmjr.com

O surgimento dança nas sociedades europeias

Avançando mais um pouco na história, mas não muito, podemos citar alguns exemplos da dança na sociedade européia. Sabemos que ela já existia antes mesmo da sociedade Grega ou Românica, mas neste aparato cabe-nos analisar as diferentes posturas que ela assume em cada uma dessas sociedades, em cada uma dessas culturas.

Na Grécia a dança se dá em duas esferas, a primeira é nos esportes olímpicos gregos e a segunda condiz mais com a religião; nos esportes olímpicos a dança era utilizada como uma forma de comemoração, a música ou ritmo que acompanhava era geralmente produzida com o corpo humano, por mais que alguns dos instrumentos musicais que conhecemos tenham se originado na sociedade grega; na religião haviam as danças, também comemorativas, que louvavam a um ou alguns deuses. Estas danças representavam os seus deuses, cada uma tinha uma forma de se dançar que, através dos movimentos do corpo humano, tentava-se imitar um determinado deus ou o que ele representava.

Na Roma, também haviam danças para os deuses. Uma forma bem conhecida é a dança para o deus Baco, que consistia numa dança sensual, mas ainda comemorativa, onde os dançarinos não costumavam dançar sóbrios. Normal da maneira de se louvar um deus do vinho.

Com o tempo, agora no século XVI mas ainda no continente europeu, surgiram as danças em pares dos famosos bailes. Estes bailes podiam ser promovidos por diversas razões, mas cá entre nós não é isso que nos interessa neste momento, mas podemos dizer que a partir daí, a dança começa a possuir um caráter menos funcional e adotar uma tendência mais recreativa. Estas danças eram dançadas em pares, acompanhadas por uma música com uma métrica muito nítida, o 3/4, que faz parte da base rítmica de danças como a Valsa, que surgiu em arredores da Áustria e Alemanha, mais tarde dando origem a gêneros como o Scherzo, Tango e Mazurka. Estes estilos musicais são até hoje muito utilizados nas apresentações de Ballet.

Imagem: wydarzenia.o.pl

A dança moderna ou contemporânea

Como podemos ver nos exemplos dados acima, cada tipo de dança surge numa época e lugar diferente. Como toda arte, a dança também é criação do ser humano, desta forma, é completamente susceptível à mudanças de época e de cultura. Logo, avançando mais a frente e pulando boa parte da história clássica, entramos na era mais moderna da música. Vamos falar agora de século XX e XXI, onde, através dos processos de globalização, foi possível a miscigenação de diversos povos, de diversas culturas, dado origem a toda uma gama de formas de se dançar.

No Brasil, por exemplo, temos estilos como o maracatu, samba e o funk, que são produtos da diversidade de culturas que nós temos neste país. Também notarmos uma grande influência das danças e ritmos africanos.

Ainda sim, muita coisa se perdeu com essa grande sopa de culturas. Afinal, quem é que dança pra atrair a chuva hoje? Em compensação dançamos para atrair namorados.

Um efeito secundário de toda forma massiva de miscigenação é a hegemonia que se cria, eliminando algumas das culturas mais peculiares para que sobreleve a mais forte, a mais comum entre os povos. No que se refere as danças mais sexuais.

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Imagem: fundicaoprogresso.com.br

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