William Shakespeare escreveu cerca de 39 peças teatrais e diversos sonetos, e várias delas, como Hamlet, Romeu e Julieta ou Macbeth, tornaram-se pilares da literatura mundial. A seguir, neste artigo do umCOMO, falaremos sobre as obras de Shakespeare: as mais populares da história.
Hamlet
Considerada a obra mais famosa do teatro ocidental. Influenciou a literatura, a filosofia e a psicologia (por exemplo, o "complexo de Hamlet" ou o "complexo de Édipo" de Freud). É a tragédia mais longa de Shakespeare, com mais de 4.000 linhas. Foi adaptada centenas de vezes para o cinema, ópera, balé e literatura.
A peça começa com a aparição do fantasma do antigo rei da Dinamarca, que revela a seu filho Hamlet que foi assassinado por seu próprio irmão Cláudio, agora casado com a rainha Gertrudes e coroado rei. Hamlet, devastado e cheio de dúvidas, jura vingar a morte de seu pai. No entanto, sua tendência à reflexão e seu medo do erro o conduzem à paralisia moral e emocional. Em sua tentativa de desmascarar a culpa de Cláudio, ele finge loucura, provoca a morte de inocentes e arrasta o reino ao caos.
O desfecho é trágico: em um duelo final, morrem Hamlet, Gertrudes, Cláudio e Laertes, deixando o trono nas mãos do príncipe estrangeiro Fortimbrás.
Romeu e Julieta
Uma das tragédias mais conhecidas e queridas de William Shakespeare, "Romeu e Julieta" encarnam o amor puro, impulsivo e desafiador, capaz de enfrentar tudo (família, sociedade e até a morte). Sua história conecta-se com todas as gerações porque representa o primeiro amor juvenil: apaixonado, idealista e trágico.
A rivalidade entre os Montecchios e os Capuletos simboliza os ódios herdados e a violência sem sentido. Shakespeare mostra como o ódio dos mais velhos destrói a inocência dos jovens. Este tema continua atual: guerras, divisões sociais e preconceitos ainda separam as pessoas.
Shakespeare combina versos em pentâmetro iâmbico, metáforas celestiais e jogos de palavras. Assim, as cenas entre Romeu e Julieta estão repletas de imagens de luz e escuridão, dia e noite, simbolizando o amor e a morte.
Macbeth
Macbeth é uma das tragédias mais intensas e sombrias de William Shakespeare. É uma história sobre a ambição desmedida, a culpa e o destino, repleta de símbolos sobrenaturais e de uma força dramática impressionante.
Mostra como a ambição sem moral destrói a alma e a ordem social. É uma obra cheia de símbolos: o sangue (culpa), a escuridão (mal), o sono (inocência perdida) e a lavagem das mãos (impossível purificação). Inspirou inúmeras adaptações teatrais e cinematográficas (Orson Welles, Akira Kurosawa, Roman Polanski, Joel Coen, entre outros). No teatro, muitos atores evitam pronunciar seu nome, referindo-se a ela como "a peça escocesa" por superstição.
Otelo
É uma das tragédias mais poderosas e humanas de William Shakespeare, uma história sobre o ciúme, a manipulação, o racismo e a destruição do amor pela dúvida.
Otelo, um general mouro a serviço da República de Veneza, é um homem valente e honrado, respeitado por suas conquistas militares. Ele se apaixona por Desdêmona, uma jovem nobre veneziana, e ambos se casam em segredo, desafiando as normas sociais e raciais de seu tempo. No entanto, Iago, seu porta-estandarte, ressentido porque Otelo promoveu outro oficial (Cássio) acima dele, arquiteta uma vingança diabólica. Por meio de mentiras e manipulações, convence Otelo de que sua esposa lhe é infiel com Cássio.
Usando um lenço (presente de Otelo a Desdêmona) como falsa prova, Iago consegue envenenar a mente do general. Cego pelo ciúme, Otelo assassina Desdêmona em sua cama. Minutos depois, a verdade é revelada: Iago mentiu e manipulou a todos. Destruído pela culpa, Otelo se suicida, beijando o corpo de sua esposa.
Rei Lear
É uma das tragédias mais profundas, dolorosas e poéticas de William Shakespeare. Trata do poder, da ingratidão, da loucura e da redenção, sendo considerada uma das obras-primas absolutas do teatro universal.
O idoso rei Lear decide dividir seu reino entre suas três filhas (Goneril, Regan e Cordélia) de acordo com quanto o amem. As duas mais velhas o lisonjeiam com palavras vazias, enquanto Cordélia, a mais sincera, se recusa a adulá-lo. Lear, furioso, a deserda. Mais tarde, Goneril e Regan o traem cruelmente, e Lear enlouquece ao perceber seu erro. Paralelamente, o conde de Glócester sofre uma história semelhante com seus filhos Edmundo e Edgar.
Sonho de uma Noite de Verão
É uma comédia escrita por William Shakespeare entre 1595 e 1596. É uma de suas obras mais populares, conhecida por sua mistura de amor, magia e enredos. A peça se passa em Atenas e em uma floresta encantada próxima. Entrelaçam-se três tramas principais:
- Os amantes atenienses: Hérmia ama a Lisandro, mas seu pai quer que ela se case com Demétrio, que por sua vez é amado por Helena. Os quatro jovens fogem para a floresta, onde se veem envolvidos em um caos amoroso pela intervenção de seres mágicos.
- O mundo das fadas: na floresta vivem Oberon e Titânia, rei e rainha das fadas, que estão brigados por uma criança mágica. Oberon ordena a seu servo Puck (ou Bute) que use uma flor encantada para fazer Titânia se apaixonar pela primeira coisa que ela vir ao acordar… Que acaba sendo um homem transformado com cabeça de burro!
- Os artesãos: um grupo de trabalhadores prepara uma peça de teatro para o casamento do duque Teseu e da rainha Hipólita. O ensaio na floresta se envolve em intrigas mágicas, criando situações cômicas.
Muito Barulho por Nada
É uma comédia escrita por William Shakespeare por volta de 1598–1599. É uma de suas obras mais conhecidas e uma das comédias românticas mais engenhosas do teatro elisabetano. A história transcorre em Messina, Sicília. Dom Pedro, príncipe de Aragão, chega com seus soldados (entre eles Cláudio e Benedito) após uma guerra. Lá são recebidos por Leonato, governador de Messina, sua filha Hero e sua sobrinha Beatriz.
Cláudio e Hero se apaixonam e planejam se casar. Beatriz e Benedito, por outro lado, vivem em uma constante batalha de inteligência: zombam e discutem sem parar, embora, no fundo, se amem. O vilão Dom João, irmão bastardo de Dom Pedro, trama arruinar a felicidade alheia. Engana Cláudio fazendo-o acreditar que Hero é infiel. Cláudio a humilha em pleno casamento e Hero finge sua morte para limpar seu nome.
Finalmente, o engano é revelado, os amantes se reconciliam, e Beatriz e Benedito também confessam seu amor. A peça termina com casamentos e celebrações.
Júlio César
É uma tragédia escrita por William Shakespeare por volta de 1599, baseada em fatos históricos do Império Romano. É uma de suas obras políticas mais poderosas e se centra na tensão entre a honra, a ambição e a lealdade. Trata-se de uma peça fundamental para entender a visão de Shakespeare sobre a política e a moral. Apresenta perguntas atemporais sobre a ética do poder, o sacrifício político e a manipulação das massas. É representada frequentemente em contextos contemporâneos por sua relevância universal.
A Tempestade
É uma das últimas obras escritas por William Shakespeare, provavelmente por volta de 1610–1611. É considerada uma comédia romântica ou "romance tardio", embora também tenha elementos de tragédia, magia e redenção. Trata-se de uma das obras mais poéticas e simbólicas do autor.
Próspero, legítimo duque de Milão, foi traído por seu irmão Antônio, que, com a ajuda do rei de Nápoles, Alonso, o expulsou de seu trono. Próspero e sua filha Miranda foram abandonados em um pequeno barco e chegaram a uma ilha misteriosa, onde vivem desde então.
Na ilha, Próspero se torna um poderoso feiticeiro, graças a seus livros e à ajuda de Ariel, um espírito do ar que ele libertou de um feitiço, e de Calibã, o filho de uma bruxa que habitava lá antes. Anos depois, Próspero provoca uma tempestade (a tempestade) que faz naufragar um navio no qual viajam Alonso, Antônio e outros nobres. Ele os leva magicamente para a ilha para enfrentarem suas culpas e repararem as injustiças do passado.
Enquanto isso, Miranda se apaixona por Fernando, o filho do rei Alonso. Seu amor simboliza a reconciliação entre as famílias e o começo de uma nova ordem. No final, Próspero perdoa seus inimigos, renuncia à magia e se prepara para retornar a Milão. Ariel obtém sua liberdade, e Calibã fica na ilha.
O Mercador de Veneza
É uma comédia com elementos dramáticos escrita por William Shakespeare por volta de 1596–1598. É uma de suas obras mais complexas, por combinar humor, romance e um profundo conflito moral e religioso.
Em Veneza, o mercador Antônio é amigo do jovem Bassânio, que deseja cortejar a rica herdeira Pórcia em Belmonte. Como Bassânio não tem dinheiro, Antônio promete ajudá-lo, mas seus bens estão investidos em navios mercantes que ainda não retornaram. A obra explora o conflito entre o rigor da lei e a compaixão humana. Nada é o que parece, desde os cofres até as verdadeiras intenções dos personagens.
Agora que você já sabe quais são os livros e obras de William Shakespeare mais populares, descubra "Quais são os gêneros teatrais?".
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