O Realismo é um dos movimentos artísticos que surgiu no decorrer da história da arte, entre 1830 e 1840 na França e mantido lá esteve até meados de 1880, até se espalhar pela Europa e depois pelo mundo. Como quase todos os movimentos artísticos, o Realismo não é exceção sobre a influência do quadro social do país em que surgiu, na época em que surgiu, isso também vale para as circunstâncias políticas, econômicas e científicas. Em plena atmosfera da segunda metade da Revolução Industrial, foi marcado pelo desejo eufórico de progresso e materialismo, refletindo as máquinas e grandes invenções que surgiram nesta época.
Na pintura, arquitetura e artes plásticas no geral o Realismo assume características semelhantes ao movimento paralelo na literatura. O movimento também foi marcado pelos seus artistas que ao compor seus quadros, não deixavam de lado a visão preocupada com o quadro social e político. Neste artigo, umComo fala um pouco sobre o Realismo, o que é e como surgiu.
Como surgiu o Realismo
Devido à realidade da época já comentada, a forma em que se vivia na época, com altas taxas de desemprego, dificuldade para sobreviver, os operários organizando-se em movimentos trabalhistas que acabavam sendo perseguidos e presos, formava um ambiente de total efervescência política e cultural que dava origem a várias correntes filosóficas.
Cada indivíduo - das classes mais populares - se sentia na necessidade de mudar o ambiente social, os operários eram motivados pelo socialismo e os artistas, não ficavam longe disso. No caso deles, a forma de se expressar era a sua arte, adaptada a essa nova realidade, e através dela poder passar a mensagem ao público. O intuito do realismo era retratar a realidade da forma mais transparente e objetiva possível, desta forma, as pinturas retratavam em suma a luta diária das classes mais baixas.
na imagem: Descanso, Millet
Características do Realismo
O movimento, se analisarmos de forma crítica, poderemos notar o combate sobre qualquer forma de idealização da realidade, que conhecemos do romantismo, para o constante uso dos problemas da atualidade como combustível para o motor cultural da pintura. Nas obras é possível notar a condição humana como servo, as desigualdades sociais e a revolução industrial, inspiradas na realidade transparente e concreta, os detalhes se encontravam nas próprias obras.
Havia também, paralelamente ao movimento, uma tendência ao realismo histórico voltado para o gênero paisagístico. As técnicas utilizadas nas composições dos quadros era a pincelada livre, com ela os artistas realizavam primeiramente um esboço e depois, cuidadosamente, adicionavam os detalhes. A figura humana era representada da forma mais real possível, com todas as suas vulnerabilidades e não da forma ideal. A paisagem, retrato e auto-retratos eram os temas mais utilizados. As cores eram maioritariamente opacas, sem muita vivacidade.
É engraçado ao pensarmos na palavra Realismo como utilizada para retratar o movimento e como ela se dá em duas instâncias: a primeira é o realismo em que retratava a realidade da sociedade de seu tempo; a segunda é pelo fato de que as pinturas eram realmente realistas, pela riqueza de detalhes. Mas isto está relacionado diretamente com a crença dos artistas do movimento, que diziam que não cabe ao artista tentar mudar ou melhorar a realidade, a natureza, pois a beleza se encontra na forma em que as coisas são e se apresentam.
A pintura, após o esboço e a adição dos detalhes, resultava numa fotografia concreta, sólida e nítida.
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