Como identificar um diamante bruto
O Brasil é um país especialmente rico em gemas e pedras preciosas, o que significa que existe chance de você encontrar alguma ocasionalmente e nem ao menos perceber que se trata de uma pedra de valor. Ao contrário do que possa pensar, esses minerais preciosos não surgem naturalmente lapidados e brilhantes, o que os torna ainda mais difíceis de identificar, já que terão uma aparência que para a maioria de nós não chama a atenção. Serão necessários conhecimentos técnicos e algumas ferramentas de identificação para ter a certeza do que se tratam e seu valor comercial. Neste post do umCOMO explicamos como identificar um diamante bruto e não confundi-lo com outras pedras.
Diamante em estado natural
A palavra diamante vem do grego Adams e significa "indestrutível", referência à dureza do material. O diamante é um mineral natural dotado de uma característica que o torna inconfundível: é a pedra com maior dureza (classificação de 10 na escala de Mohs), o que a torna muito útil na indústria para a lapidação e corte e outros material com menor dureza.[1]
A extração de diamantes da natureza é, assim como qualquer outro tipo de extração mineral, responsável por diversas alterações negativas no meio ambientes, tais quais impactos físicos e químicos nas águas, solo, atmosfera, flora, fauna e topografia do terreno.[2]Ainda que o diamante seja uma pedra de alto valor comercial e útil para a indústria, é necessário que pensemos também na natureza e nas consequências negativas que a exploração mineral pode causar, evitando assim causar danos irreparáveis, sobretudo quando a exploração é realizada de forma ilegal e sem os devidos estudos que possam diminuir os danos causados.
Como identificar um diamante na natureza
Diamantes em bruto, por seu aspeto vulgar, podem ser confundidos por observadores inexperientes com zircônios cúbicos, quartzos ou moissanita, além disso, as pedras preciosas que ainda não foram lapidadas têm uma aparência bastante diferente na natureza do que estamos acostumados a observar em jóias, o que torna bastante difícil sabermos diferenciar diferentes pedras apenas a olho nu.
As características de um diamante em estado natural são: ele é opaco quando retirado da terra mas, após lavado e polido, pode revelar um brilho acinzentado.
Como identificar diamante pela reflexão da luz
Os diamantes não deixa passar a luz através dele, como corre com o vidro, em razão de sua alta dispersão luminosa de 0,0437[3]. Por esta razão faça uma pequena experiência: coloque a pedra suspeita sobre uma revista ou um outro material escrito, se as letras forem claramente refletidas na pedra, é porque não se trata de um diamante.
Outra possibilidade para saber se é diamante aquela pedra que você encontrou, caso já esteja lapidada, é fazê-la entrar em contato com luz direta e observar se há a formação de fendas de luz coloridas, originadas pela reflexão.
Como saber se uma pedra é diamante com vapor
Essa forma para reconhecer um diamante é das mais simples e poderá ser feita em qualquer local sem necessidade de qualquer aparato. Pegue na pedra que você acha se tratar de um diamante e coloque-a junto à sua boca, expire para tentar embaciá-la. Um diamante verdadeiro não irá embaciar ou, se embaçar, já que o mineral possui baixo calor específico, ou seja, não tem grande capacidade de reter calor[4]. Assim que o vapor atingir o diamante, efeito demorará menos de 2 segundos para se dissipar.
Como saber se uma pedra é diamante com objetos cortantes
Partindo de ser o diamante um mineral e consequentemente um objeto de propriedades constantes[3], somado ao fato de que nada consegue riscar uma pedra do tipo, a não ser outro diamante, uma forma de identificar um diamante é tentar riscar essa pedra suspeita de diamante com algo afiado, como uma chave de fendas ou um vidro. Se não for originada qualquer marca na pedra, é porque muito provavelmente se trata de um diamante!
Para mais dicas e informações que te permitirão descobrir o grande mistérios, veja como saber se o diamante é verdadeiro.
Como saber se a pedra é uma diamante com água
Os diamantes em estado natural tem densidade de 3,52g/cm³, ou seja, muito mais pesados do que a água, substância com 0,99g/cm³. Em razão da grande densidade dessa pedra preciosa em relação à água, uma das possibilidade de teste da origem do material que você supõe ser um diamante será colocá-lo dentro de um copo com água de forma que, caso afunde, poderá ser um diamante e, caso acabe boiando, a possibilidade estará descartada.
Já que alguns outros materiais também transparentes, como o cristal de chumbo, também têm densidade bastante superior à da água[5], o teste não te trará uma certeza, mas eliminará algumas possibilidades, visto que outros materiais como o acrílico possuem densidade próxima a da água (1,19g/m³[6]) e poderão causar confusão.
Por último, a melhor forma de identificar um diamante bruto é levá-lo a um gemologista ou joalheiro. Esses profissionais terão os materiais necessários para analisar de que pedra se trata.
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- DANESE, L. C.; CARLOTTO, M. B. de M. Diamante. Departamento Nacional de Produção Mineral, Agência Nacional de Mineração. Disponível em: http://www.dnpm.gov.br/dnpm/publicacoes/serie-estatisticas-e-economia-mineral/outras-publicacoes-1/5-3-diamante. Acesso em: 26/03/2020.
- SANTOS, L. T. S. de O; VACONCELOS, M. P.; RODRIGUES, D. da. P; NOLASCO, M; C; de JESUS, T. B. Consequências da atividade garimpeira de diamante na Bacia do rio Coisa Boa, vila de Igatu - Andaraí - BA. Revista de Biologia e Ciências da Terra, Vol 10, nº 2, 2010. Disponível em: http://joaootavio.com.br/bioterra/workspace/uploads/artigos/artigo_01_v10_n2-51561a085fabc.pdf. Acesso em: 26/03/2020.
- SVIZZERO, D. P. As Múltiplas Facetas do Diamante. Revista USP, São Paulo, nº 71, pp. 52-69, 2006. Disponível em: http://www.revistas.usp.br/revusp/article/download/13551/15369/. Acesso em: 26/03/2020.
- RÂMAN, C. V. The heat capacity of diamond between 0 and 1000º K. Memoir No. 103 of the Raman Research Institute, Bangalored, 1957. Disponível em: http://dspace.rri.res.in/jspui/bitstream/2289/1763/1/1957%20Proc%20Indian%20Acad%20Sci%20A%20V46%20p323-332.pdf. Acesso em: 26/03/2020.
- da LUZ, A. B.; COSTA, M. J. Diamante, Rochas e Minerais Industriais. Centro de Tecnologia Mineral, 2005. Disponível em: http://mineralis.cetem.gov.br/bitstream/cetem/1053/1/17.DIAMANTE.pdf. Acesso em: 26/03/2020.
- Acrílico, do começo ao fim. Instituto Nacional Para o Desenvolvimento do Acrílico. Disponível em: http://www.indac.org.br/arquivos/acrilico_indac.pdf. Acesso em: 26/03/2020.