Qual a diferença entre um mapa e uma planta baixa?
A cartografia, que consiste na atividade de se confeccionar mapas, é uma disciplina milenar que pode se enquadrar como ciência, geografia ou até mesmo arte. Seu nome deriva do latim antigo, onde “carta” significa folha de papel, e “grafia” o ato de ser inscrito.
Mapas podem representar muitas coisas, desde divisões geográficas nacionais, regionais, estaduais, municipais, ou até mesmo podem ser usados para fazer distinções culturais, religiosas, politicas, etc.
Já uma planta baixa também é uma representação gráfica de um espaço que realmente existe, mas os seus fins são diferentes: quase sempre servem à arquitetura ou a engenharia. Elas não têm fim artístico, e assim como em mapas, a escala do que está sendo representada é reduzida, para assim poder caber no desenho.
Mas, se os dois são representações gráficas de um espaço qual a diferença entre um mapa e uma planta baixa, afinal? Neste artigo do umCOMO você vai encontrar as respostas para sua dúvida.
Diferença entre mapa e planta
Qual a diferença entre um mapa e uma planta baixa? A diferença entre eles é justamente a escala! Pelo fato de mapas representarem geralmente cidades, bairros, países, regiões ou até mesmo o mundo, a sua escala tem que ser bem reduzida, se não, não seria possível caber em uma ilustração.
No caso de plantas baixas, a escala pode ser maior, pois elas representam construções. Sendo assim, mapas e plantas baixas são coisas parecidas, mas com finalidades distintas.
Em uma planta baixa de uma casa, você vai poder ver detalhadamente cada cômodo, e a depender do nível de detalhe do arquiteto, móveis e outros detalhes da casa, além da própria arquitetura em si. Agora, em mapas convencionais você não vai encontrar este nível de detalhe, apenas em mapas de satélite onde você pode aproximar até um certo ponto.
O que é escala
Afinal, o que é escala? Segundo o Dicionário Cartográfico do IBGE, a definição de escala é: “relação entre as dimensões dos elementos representados em um mapa, carta, fotografia ou imagem e as correspondentes dimensões no terreno.”[1]
Em um mapa, a escala define o quanto de detalhe ele quer dar. Quanto menor a região abrangida por um mapa, possivelmente maior a escala. Geralmente, uma escala até 1:25.000 é utilizada para Plantas Cadastrais, geralmente utilizada para representar bairros e cidades e fazer levantamento dos limites legais de imóveis.[2] Já de 1:250.000 para baixo, já são considerados mapas, ou cartas gerais.
Características de uma planta baixa
Plantas baixas representam uma construção a partir de um corte imaginário feito à 1,5m do piso. São relativamente simples, não tendo a variação que um mapa pode ter de detalhes, pois elas precisam serem entendidas por leigos em arquitetura, para que um arquiteto possa mostrá-la para um cliente, por exemplo.
São ideais para construções, como casas ou apartamentos. Uma planta baixa é a representação perfeita pra quando alguém estiver com dificuldades de visualizar um projeto. Se quiser saber mais sobre o processo de fazer plantas, o artigo Como desenhar a planta da minha casa pode te interessar.
Tipos de mapas
Abaixo, selecionamos sete tipos diferentes tipos de mapas para explicarmos um pouco mais sobre. É importante lembrar que não são os únicos tipos de mapas existentes, mas são alguns dos principais:
- Mapa político: mostra as fronteiras e limites de um estado ou um país. Não há nenhuma característica topográfica em mapas. Também mostra cidades e, às vezes, algumas outras subdivisões.
- Mapa físico: mostra as características geográficas de um país, como montanhas, florestas e lagos. Essas características são representadas em diferentes cores, por exemplo, rios e lagos em azul, montanhas em marrom, etc.
- Mapa topográfico: é semelhante a um mapa físico, porém a principal diferença é que as elevações e diferenças no relevo são mostradas com contornos e não apenas cores.
- Mapa climático: é um mapa que mostra as diferenças climáticas entre as regiões.
- Mapa econômico: é um mapa que mostra as diferentes atividades econômicas em diferentes regiões, por exemplo, agricultura ou minérios em cada local.
- Mapa de estrada: são mapas geralmente de pequenas regiões ou cidades, para fins de localização de quem usa o mapa, com detalhes de ruas e estradas.
- Mapas de fuso horário: são mapas com finalidade de mostrar os diferentes fusos horários do mundo.
Primeiro mapa do Brasil
Você sabia que o primeiro mapa com uma representação geográfica do território brasileiro é do ano de 1500? O chamado Planisfério de Cantino, que não tem a autoria conhecida, leva este nome, pois ele foi copiado pelo espião Alberto Cantino em 1502.
Cantino foi enviado para Lisboa a mando do seu patrão, o duque de Ferrara, com intuito de descobrir avanços sobre a navegação portuguesa.[2] Embora haja só uma representação da costa brasileira e de algumas ilhas do Caribe na América, impressiona a exatidão desta representação cartográfica ao retratar o formato da África, muito semelhante ao formato real do continente.
A história da cartografia
As primeiras atividades de cartografia são tão antigas que não é possível nem estimar quando se deu exatamente a confecção do primeiro mapa, mas o primeiro registro confirmado é na civilização Babilônia, cerca de 2.300 anos antes de Cristo, e a primeira vez que um mapa registrou a Terra como um objeto redondo se dá em um trabalho de Claudio Ptolomeu, no século II depois de Cristo.
Por muito tempo os mapas utilizavam Jerusalém como o centro da civilização, e apenas eram retratadas partes da Europa, Ásia e África, pois ainda não havia conhecimento sobre as Américas ou a Oceania. Observando mapas antigos, é possível perceber muitas concepções antigas que se tinham antes de algumas descobertas científicas. Por exemplo, os mapas que retratavam a Terra como um objeto plano, em vez de esférico.
Com o passar dos tempos, a técnica cartográfica foi evoluindo até chegar ao ponto que não precisamos nem mesmo mais da confecção dos mapas à mão. Por via de satélites, nós podemos observar qualquer lugar do mundo, com escalas muito variadas, por via de sites como o Google Maps.
Os mapas podem representar diferenças naturais ou artificiais, sendo assim, um recurso de muitas finalidades, até mesmo para fins lúdicos. Se você tem filhos ou crianças na sua família, já pensou em fazer um mapa do tesouro para uma brincadeira de caça ao tesouro com eles? Então confira nosso artigo sobre como fazê-lo!
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- INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, Dicionário Cartográfico, Disponível em: https://www.ibge.gov.br/geociencias/metodos-e-outros-documentos-de-referencia/vocabulario-e-glossarios/16496-dicionario-cartografico.html?=&t=sobre
- VIEIRA, A M, Terra à vista 1601, 17.03.2008 Disponível em https://www.ufmg.br/boletim/bol1601/8.shtml
- DIÁRIO DE NOTÍCIAS, Um mapa de 700 anos que mostra o mundo terreno... e espiritual Disponível em: https://www.dn.pt/cultura/como-era-o-mundo-em-1300-jerusalem-estava-no-centro--10839643.html
- Ribeiro Jr., W.A. O mapa-múndi de Ptolomeu. Portal Graecia Antiqua Disponível Em: greciantiga.org/arquivo.asp?num=0026.
- PELEGRINA, Marcos. Cartografia Cadastral e Base Cartográfica Disponível em https://mundogeo.com/2009/12/02/cartografia-cadastral-e-topografica/